Salaamu âleekoum!
H’ad saâid!
Os bichos que via quando era pequeno não são os mesmos que vejo agora. Voltei ao posto da minha infância e esta é uma dúvida que agora me acompanha.
Ou estou mais atento ou já não ando atrás de certos animais. Os que então me interessavam estão sempre lá, não me abandonaram. Os de vaca, as aranhas esqueléticas, as joaninhas, os pulgões.
Mas e agora os novos? Cada vez que vou à janela respirar as minhas pré-ocupações é um momento em que posso encontrar um novo bicho para guardar na minha estante mental.
Foi o que aconteceu há uns dias. Não sei o seu nome. Não mo quis dizer. Até foi simpático. Pousou com calma para a minha máquina, mudou a pose mais que uma vez e então, quando achou que já chegava, abriu as suas asas, sim tinha-as, e fluiu em direcção ao telhado.
De onde vem? Será estrangeiro ou indígena? Porque nunca o vi antes? Terá vindo de Marrocos em férias? Voou esta distância toda, terá vindo de barco ou à boleia? Que procura?
E as antenas? Certamente que, sendo magrebino, captaria as ondas da Antena 2. E que sinal! Sente os violinos com tal clareza e sente-se dentro da orquestra. Os bichos têm essa capacidade. É verdade! Quase que juro!
Pois, é isto que me intriga. E mais uma lagarta gooorda que uma vez vi. Escura e do tamanho de um dedo mindinho.