Ascendente

Visitante

Insecto, Madeira, Voador, Antenas, Contraluz, Natureza
Salaamu âleekoum!

Parede, branca Bicho, Bichinho, visita
H’ad saâid!

Os bichos que via quando era pequeno não são os mesmos que vejo agora. Voltei ao posto da minha infância e esta é uma dúvida que agora me acompanha.

Ou estou mais atento ou já não ando atrás de certos animais. Os que então me interessavam estão sempre lá, não me abandonaram. Os de vaca, as aranhas esqueléticas, as joaninhas, os pulgões.

Mas e agora os novos? Cada vez que vou à janela respirar as minhas pré-ocupações é um momento em que posso encontrar um novo bicho para guardar na minha estante mental.

Foi o que aconteceu há uns dias. Não sei o seu nome. Não mo quis dizer. Até foi simpático. Pousou com calma para a minha máquina, mudou a pose mais que uma vez e então, quando achou que já chegava, abriu as suas asas, sim tinha-as, e fluiu em direcção ao telhado.

De onde vem? Será estrangeiro ou indígena? Porque nunca o vi antes? Terá vindo de Marrocos em férias? Voou esta distância toda, terá vindo de barco ou à boleia? Que procura?

E as antenas? Certamente que, sendo magrebino, captaria as ondas da Antena 2. E que sinal! Sente os violinos com tal clareza e sente-se dentro da orquestra. Os bichos têm essa capacidade. É verdade! Quase que juro!

Pois, é isto que me intriga. E mais uma lagarta gooorda que uma vez vi. Escura e do tamanho de um dedo mindinho.

Santa Cruz vista...

Santa Cruz Avião TAP Madeira Céu
...do ar.

Ponte Camião Madeira Obras Publicas Concurso Fotografia
...da terra.

Lobo Marinho Mar Cais Ferrie
...e do mar.


Fotos que enviei para o concurso "Um Olhar Sobre Santa Cruz" promovido pela Autarquia local.

Não é pelas fotos mas sim pelo conceito. Os senhores júris claramente não o perceberam. Mas vá, sim, gostei das fotos vencedoras e até achei justo.

Só isto. Mais nada.

Tragédia na Madeira

Mau tempo na Madeira Tragedia Fotos
Madeirense, limpa as tuas lágrimas.


Caros, mensagem de última hora para vos dar conta dos recentes acontecimentos relacionados com o mau tempo na Madeira.

Não vos vou maçar com muitas imagens verbais sobre aquilo que vão vendo e ouvindo nos media. Está tudo de facto muito feio. Estradas inundadas, casas, carros, muros e pontes destruídas e, neste momento um triste balanço de 32 vítimas mortais confirmadas.

Para quem conhece, o piso do Pingo Doce do Anadia ficou totalmente submerso. O do Pingo Doce no Dolce Vita também. A ribeira entre a 31 de Janeiro e a 5 de Outubro transbordou (!) e a maioria das lojas de primeiro andar na baixa do Funchal estão alagadas. Na Tabua, Ribeira Brava é o caos, e em geral, nas principais artérias do centro do Funchal não se consegue distinguir o que é estrada e o que é ribeira.

Telefones, telemoveis e luz foram abaixo, mais as fugas de gás. O Curral das Freiras esteve completamente isolado. A zona da Pena parece uma barragem a ser descarregada. A Madeira é toda montanha mar. E a água segue esse caminho. O caminho mais fácil.
Muita coisa destruída e muito por pensar. Já chegaram mensagens de apoio e de ajuda de várias partes e eu, como humilde cidadão madeirense, só tenho que agradecer a preocupação.

O tempo vai estando menos mau, é tempo de prudência e de acção. Comigo e com a minha família está tudo bem. Obrigado novamente.

Hoje vim trabalhar, havia água dentro do carro, ele soluçava nas mudanças, não via mais de 5 metros à minha frente mas tudo está bem. Informaram-me no entanto que a estrada que tomei estava interrompida neste momento, que tinham havido derrocadas e que 4 carros tinham sido soprados para a ribeira.

De resto é esperar. Esperar que a Natureza siga o seu rumo e tentar aprender com ela. Colaborar com ela e não estar contra ela. Castanho no chão e branco no ar. São com estas cores que a Mãe Natureza pinta a Madeira neste momento. Há de escolher outras cores. É esperar.

Neste momento a ilha da Madeira chora. E as lágrimas vêm castanhas e com muita força.

Desejem-me um bom regresso a casa.