Vinha

A Natureza e o Homem.

Poda, amarra, desfolha, vindima, entre outras. Estes são apenas alguns dos trabalhos que é necessário fazer na vinha ao longo de cerca de meio ano. São destas vides, que trabalhadas por gente da terra, sai o famosíssimo Vinho Madeira. Na foto a casta tinta negra mole que dá origem ao Malvasia ou Malmsey.

O vinho ainda é uma das principais industriais da região, não fosse a sua presença remontar aos primórdios da colonização. Significa isto que desde essa altura, muito o madeirense tem sofrido a regar, a desentupir a levada e as manilhas, a mandar tapar, a cavar, a ajeitar o camalhão das mantas e as cabeceiras, a afundar vides, a mondar, a estrumar, a cortar parreiras, a levantar a latada, a carregar 65Kg ou mais de cada vez e a subir, a acartar baldes agachado porque a vinha está baixa, a ajuntar baguinhos, a carregar o motor, o balde e a mangueira, entre outras práticas quase-ridículo-neandertais-e-de-sobremaneira-necessárias-pelo-menos-até-ver, mas também a mandar deitar, que a sede é muita.

E a propósito deste último labor feito sempre com paixão, deixo-vos algumas das frases-código usadas pelos trabalhadores quando querem que o pequeno de serviço lhes deite o típico vinhinho servido a corno:

"José, vai ver se o poço tá cheio"; "Estas coives já se querem regadas"; "Isto parece que vai chover"; "Água não falta"; "Canta José"; "Faz alcoisa José". "Ahome, deita!"; "O outro no outro dia tava sempre a dizer que era uma garrafa pa cinco"; "Vai ver so ragafão tá tapado". "Água? Água eu tenho em casa!".